Já imaginou poder monitorar as suas ondas cerebrais, descobrir quais são ruins para você e transformá-las em ondas boas, melhorando sua concentração, bem-estar, autogestão e desempenho? Tudo através de uma máquina ligada à sua cabeça, que fornece dados a um monitor! Parece coisa de filme de ficção científica, mas é uma realidade, que ganha cada vez mais adeptos e praticantes pelo mundo: o neurofeedback.
A melhor descrição que eu tive do neurofeedback foi: “É como olhar seu cérebro em um espelho”. O objetivo da terapia de neurofeedback é desenvolver o autocontrole das suas ondas cerebrais. Vai lhe treinar para evitar ondas que causem sintomas ruins e direcionar para comportamentos cerebrais que favoreçam os aspectos psicológicos e cognitivos. O neurofeedback também é conhecido pelos nomes de eletroencefalograma biofeedback e neurobiofeedback.
Como funciona?
A terapia de neurofeedback normalmente acontece uma vez por semana e tem a duração total de 15 a 35 sessões. Por meio de um equipamento de eletroencefalograma (EEG) o terapeuta e o paciente têm acesso ao mapeamento das atividades cerebrais através de um monitor. O monitoramento é feito por eletrodos colocados no couro cabeludo do paciente (não há necessidade de cortar ou raspar os cabelos para encaixar o eletrodo).
Através do EEG e de softwares de análise, é criado um mapa de padrões das ondas cerebrais em tempo real, tornando-se possível identificar quais estão ligadas a sintomas como ansiedade, dificuldade de dormir, falta de atenção, mal-estar, dor e depressão. A partir daí, é possível cessar essas atividades cerebrais e direcionar para outras que sejam mais positivas.
O neurofeedback vem sendo bastante usado para auxiliar no tratamento de depressão, ansiedade, Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), dislexia, perturbações do sono e principalmente aumento da capacidade cognitiva.
Este último tem sido um grande impulsionador das atividades do neurofeedback, afinal quem não deseja ser mais inteligente? Muitas pessoas completamente saudáveis buscam o neurofeedback para aumentar sua performance na prática de esportes ou no trabalho.
É exatamente por este motivo que empresas ao redor do mundo lançaram seus kits para serem utilizados dentro de casa. Você recebe um equipamento e um software para instalar em seu computador e com alguns minutos por dia/semana, consegue fazer sessões de neurofeedback e desenvolver de alguma forma o seu auto-conhecimentoneural.
Realmente funciona?
A principal vantagem da terapia de neurofeedback é que ela é minimamente invasiva, não provoca dor, e não possui praticamente nenhum efeito colateral relatado em pesquisas. Diferentemente das drogas psicotrópicas, por exemplo, as mudanças promovidas pelo neurofeedback não afetam nenhuma outra parte da atividade cerebral ou do corpo como um todo.
Mas a pergunta que realmente importa… funciona? Ainda não temos uma resposta conclusiva, existem estudos apresentando os dois lados da moeda, quando funciona e quando não funciona. É algo novo e ainda existe um longo caminho de estudos e experimentos a ser percorrido. Mas não podemos deixar de observar a escala que recentemente tomou e quantas pessoas alegam ter ótimos resultados.
Da mesma forma, é importante salientar que nem todas as condições psicológicas ou psiquiátricas poderão ser tratadas dessa forma; não é uma terapia milagrosa, em alguns casos será necessário recorrer a outros tipos de psicoterapia e drogas psicotrópicas..
Também é importante destacar a necessidade de um tratamento consistente. Você sentirá melhoras logo após a primeira sessão, mas para ter resultados no longo prazo, é necessário estabilizar os novos padrões treinados. Lembre-se que o seu cérebro, durante anos da sua vida, aprendeu certos padrões. Modificá-los exige treinamento, esforço e tempo.